segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Textos clássicos - Diálise killer

Aquelas sessões de diálise eram um pé-no-saco, pensava Goh Kim, passar horas sentados numa cadeira com aquelas agulhas enfiadas dentro dele fazendo o seu sangue dar aquelas voltinhas naquela máquina esquisita era incomodo para danar. Não pelo processo em si, ele dizia para sim mesmo, é que a máquina tinha tanta ferrugem que ele não sabia qual era a cor original do equipamento! E , acima de tudo , tinha o Voh Tifu Deh. Pessoinha implicante o Voh. Há anos Goh fazia diálise naquele centro e tudo era uma beleza. A enfermeira era gente fina, o pessoal que fazia junto era educado. Humilde, mas educado (pobre, mas limpinho, confessou para si Goh). Até que o Voh apareceu. Era mais novo, mas tinha uma expressão severa que mais parecia que tinha acabado de discutir com um fundamentalista islâmico sobre budismo. Não tinha como evitar; com Voh na sala era discussão na certa. E sempre sobre a mesma coisa: o ar condicionado. Nunca estava frio o bastante para Voh (uma vez, o ar ficou tão frio que parecia nevar!). Até o gato que vive debaixo da terceira máquina de diálise saiu correndo da sala. Mas o Voh só dizia: “Isso aqui ainda tá quente, esfriou só um pouquinho”. Claro que Goh não agüentava tanto mau humor, e acabava discutindo com Voh Tifu Deh. E agora que estava ligado na máquina e quase cochilando com o barulhinho da máquina de diálise, quem entra? O desgraçado do Voh, e ele parece que  estar atacado hoje... Goh decide atazanar Voh, afinal, ele parece nervoso. Vai que ele tem um piripaque e morre de vez? - Pensou Goh Kim
Resultado: Goh Kim foi morto à machadadas diante de outras pessoas que estavam fazendo diálise. Não acredita? Acha que estou mentindo? Olha aqui.

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