terça-feira, 5 de janeiro de 2010

PROFISSÃO PERIGO

Tradutor simultaneo: a tradução em si é um treco escorregadio. Há os cognatos, os falsos cognatos, as expressões culturais, figuras de linguagem, o diabo! O tradutor simultaneo encara essas dificuldades todas e em segundos, diz, na lata, o que o fulano lá falou em língua do - digamos - glorioso Bananão, vertido para o... polonês.
Não bastando tanta responsabilidade e dificuldade e a ONU  vai lá, faz um congresso e deixa a Dilma falar. Eu nem sou capaz de imaginar a aflição do tradudor simultaneo da ONU para o embaixador polonês (esse deve ter se matado ou dito para o polonês "deixa pra lá, você não vai querer entender o que aquela maluca está dizendo"). O que posso imaginar é a dificuldade do tradutor inglês ou americano (ou australiano). Vejam esse caso:

“Sou do governo, me identifico com o governo. Não sou trabalhador de terra, nem tenho pretensão a ser, como não sou membro de nenhum sindicato, como bancário nem metalúrgico, como não sou população indígena. Em tese, me identifico com todos eles, porque todos eles têm base”. Dilma Roussef

O tradutor simultaneo coça a cabeça, olha para o céu, pede paciencia e começa a sapecar no inglês:


"I'm from the government, I identify with the government. I am not a worker of the land, nor do I claim to be, as I am not member of any union, such as banking or metallurgical, as I am not the indigenous population. In theory, I identify with all of them, because all they are based... What the fuck?!!!"